Nelson Piquet fala pela primeira vez, após anunciar aposentadoria

O tricampeão do Mundo de Fórmula 1, Nelson Piquet, falou com exclusividade ao Old News. No último mês, o piloto brasileiro decidiu abandonar a carreira, ao saber que não poderia ter um grande carro na temporada 92. Nelson foi campeão nos anos de 1981, 1983 e 1987




Old News: Por que decidiu abandonar a Fórmula 1?

Nelson Piquet: Para quem andou na frente a vida inteira, andar atrás é uma merda. É o maior risco do mundo a largada. Você está do lado do De Cesaris, do lado de uns caras que não sabem nem andar para frente, sabe? Então, você perde logo a vontade de correr.



ON: Você é filho de um ex-político. Como foi sua infância em Brasília?

NP: Nós tinhamos uma televisão. Tinha um Bang-Bang às 8 horas da noite que era o Bat Masterson nas sextas-feiras. E criança em Brasília é triste. Ou você lia ou endoidava. Ou tocava punheta o dia inteiro, né? nessa idade.



ON: Nelson, qual é a sensação de ser Campeão do Mundo pela primeira vez?

NP: Não muda nada, não. Você acorda no outro dia com fome, com dor de barriga, peida... sabe? Não muda absolutamente nada.



ON: Para quem você dedicou os seus títulos?

NP: Eu dedido pra mim mesmo, ué. Fui eu que ganhei. Vou dedicar pra quem?






ON: Nelson, você foi um grande Campeão. Com a morte de Ayrton Senna, o único piloto brasileiro de ponta é Rubens Barrichello. Você acha que ele será um futuro campeão?


NP: Não acho, não! Eu acho ele muito lento. Ele em classificação até que arrisca uma volta e consegue, mas na corrida ele é muito lento, é quase um segundo mais lento que os caras de ponta.






ON: Você e Nigel Mansell tiveram duelos épicos. O que diferencia vocês dois?


NP: Bom, primeiro ele joga Golf, eu jogo Tênis. Segundo, ele gosta de mulher feia, eu gosto de mulher bonita. Terceiro, eu ganhei três campeonatos do mundo, ele perdeu três.






ON: Na sua época de piloto, como era a sua relação com a torcida?


NP: Ah, quem vê Fórmula 1 ou Fórmula Indy não quer ver o carro rodando pra lá e pra cá, quer ver o cara sair, quer ver o cara rodar, quer ver o cara bater, quer ver o carro pegar fogo. Todo mundo levanta. Você vai no circo lá ver o cara dando pirueta, você está doido pra ver o cara errar e cair de cara no chão. Só se for uma velhinha de 70 anos que está rezando. Mas todos que vão lá querem ver o circo pegar fogo.






ON: No Grande Prêmio da Hungria, em 86, você e o Senna protagonizaram uma disputa por posição incrível. Como foi aquela disputa?


NP: Entrei voando na reta dos boxes, freei 30, 40 metros depois, vim com o carro escorregando nas 4 rodas... Mandei um gesto bacana pra ele, mandei ele tomar no cu.






ON: Nelson, falamos do Senna, agora vamos falar do grande rival dele: Alain Prost. O que acha dele:


NP: É um cara que, como é aparentemente muito feio, fica amigo do cara para comer a mulher do cara.






ON: Nelson, para encerrar queria saber o que você pensa dos comentários de Fórmula 1 na televisão?


NP: O maior problema dos comentários na televisão, principalmente com o Reginaldo e o Galvão é tentar adivinhar o que está acontecendo. Outra coisa é adivinhar o que o piloto está pensando. O que ele vai fazer, o que ele planejou. Isso não existe. O Galvão toda vez faz esse negócio. Por exemplo, no meu caso, eu chegava de festa, estava dormindo dentro do carro, estava dando meus 10, 15 últimos minutos de cochilo, e ele falando "Olha a concentração do Piquet" Mentira! Eu estava dormindo, cheio de sono, tinha chegado às 5 horas da manhã no hotel. Se ele perguntasse pra mim, eu falava. Então ele inventa uma coisa atrás da outra...






O OLD NEWS AGRADECE A NELSON PIQUET PELAS ALEGRIAS DADAS À NAÇÃO BRASILEIRA.
OBRIGADO POR TUDO, NELSON!



2 comentários: